terça-feira, outubro 21, 2003

sharp... distance... how can the wind...


ando lado a lado comigo e procuro não me desesperar. mas o desespero, a angústia e o sofrimento são condições do homem de gênio, e eu poderia me elevar desprositadamente ante a opinião de beethoven, goethe, schopenhauer e nietzsche. mas eu não sou um gênio. e ainda que fosse, isso não me consolaria. como tenho quase certeza que não consolou schopenhuaer, nem goethe, nem nietzsche, nem beethoven. caminho e me desespero sim. e não tem eudemonismo, não receita pra ser feliz, não tem sonho nem ilusão. "o mundo é assim", não me basta. "vai passar", também não. caminho e já não sei pra onde. mas quando não estou assim, como hoje, talvez eu saiba ainda menos. não me encontro. não me procuro. (...)
:marcos ramon
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segunda-feira, outubro 13, 2003

não há nada - ¿o mundo já se foi?


paro olhando para o tempo que está atrás de mim, mas que nunca me alcançará (como aquiles nunca alcançará a tartaruga). já não me vejo no tempo que passou.
não sou mais eu que morava naquela casa de paredes amarelas (e feias, muito feias) e que todos os dias fazia o mesmo caminho, e que não gostava do caminho ainda que gostasse de percorrê-lo. não, não sou aquele que acordava assustado com a música ruim dos vizinhos. tenho que me descobrir de novo. e como isso é trabalhoso...

:marcos ramon
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Local: Brasília, DF, Brazil

Professor de filosofia, pesquisa estética e cibercultura.

reúno fragmentos espalhados em cada vão renunciado

anti-nada eu escrevo o que me vem na telha


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