quinta-feira, dezembro 19, 2002


como se fosse tudo acontecendo por acontecer (como se tivesse que ser assim) um dia atropela ao outro e tudo é muito natural. mas os dias não sabemos se querem nascer e o nosso nascimento não sabemos se deveria ter ocorrido. como se tudo fosse premeditado o sol nasce e se põe todos os dias. mas os nossos olhos não sabemos quando irão pra sempre fechar. como se fosse tudo sempre o mesmo não procuramos respostas. mas cada dia é completamente diferente.

:marcos ramon

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terça-feira, dezembro 17, 2002

"enquanto para o homem comum o seu patrimônio cognoscitivo é a lanterna que ilumina o caminho, para o homem genial é o sol que revela o mundo".

*Schopenhauer*
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sexta-feira, dezembro 13, 2002


hoje, como amanhã


hoje, um dia como todos os outros, me sinto como um alguém como todos os outros. e não gosto. o que me faz tão enfaticamente não querer ser outro, odiar a possibilidade de me passar por outro? se acordasse um dia e me levantasse e fosse ao banheiro e ao me deparar com o espelho não me encontrasse; se naquele momento eu já fosse outro, desfigurado, transfigurado, outro inutilmente procurando a mim... eu me odiaria. a simples possibilidade de me deparar com o rosto do outro já me faz ter náuseas. penso num crime.... acho melhor não olhar mais pros espelhos...

marcos ramon
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segunda-feira, dezembro 09, 2002

dia estranho, com pessoas escorregando e olhos parados, tristes. tem dias que todos parecem iguais. não que exista alguma ligação misteriosa entre todos os transeuntes, alguma união ou algo assim, não é nada disso. simplesmente não ocorrem lutas, mas o medo está sempre presente. hoje as pessoas passam e não se olham, desconfiados seguimos uns colados aos outros. alguns, no entanto, são corajosos. estes parecem não ligar pro dia, e nem pros que os cercam. atravessam a rua e abrem seus guarda-chuvas tranquilamente...

marcos ramon
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sexta-feira, dezembro 06, 2002

seguem alguns comentários feitos por Luciano(luckiano@ig.com.br) a respeito do meu texto "a destruição do efêmero". em seguida, a minha resposta.
m.r.




"acredito ser interessante as considerações sobre a mostra de arte efêmera, contudo suas divagações sobre a arte estão um tanto quanto equivocadas, direi. falar sobere arte tomando como base apenas o discurso filosófico é asneira, é verdade que se pode fazê-lo entretanto as considerações sobere heidegger, arte e incondicionado, não passam pela questão principal para o artista que é a propria criação, o ato em si, PULÇ vaLÉRI JÁ DIZIA QUE se se quiser se pensar ou discutir sobre arte deve se levar em conta primewniramente o processo de criação, no mais a questão do belo está no mínimo fora de discussão, para não dizer ultrapassada, desde baudelaire já se sabe que o belo não é a unica categoria sobre a qual se debruça o discurso artístico, fora as questões pertinentes quase que exclusivamente ao âmbito das artes pláticas e cênicas, questões como performance, intervenções, não-objetos, etc. no mais acho mais que necessário se discutir a produção de eventos culturais na ilha. desculpe a escrita, é que estva escrevendo de chofre., mas é i eobservações sobr e"

Luciano



obrigado pelas considerações, mas concordo com você apenas em parte. de fato, heidegger não é o único que trata da questão da arte (talvez alguns tratem até com mais paixão que ele...), mas dizer que é uma asneira é, desculpe, pretensioso demais de sua parte, não?

mas analisando alguns pontos do seu texto: você disse que desde baudelaire o belo não é a única categoria sobre a qual se debruça o discurso artístico. ora, desde que o homem faz arte que o belo não é única questão relevante. eu disse que era? com certeza não. o fato é, se beleza não há, algo deve haver. na “mostra de arte efêmera” o que havia era realmente muito pouco. já a questão da criação me parece importante, claro, e heidegger não a despreza, nem nietzsche, mas cabe uma séria distinção entre essa criação a que estamos nos referindo. se você considera andy warhol, por exemplo, um artista, então não temos o que discutir: você está errado. mas se você entende a perda da aura na arte, pra usar a linguagem benjaminiana, e ainda assim sustenta suas afirmações, pode ser que seja eu o errado, ou nós dois, quem sabe... de qualquer forma, algo que não se pode discordar é que a criação não é anterior à obra de arte. o artista é criado ao mesmo tempo que cria. em que momento o músico é artista? enquanto tira fotos pra revistas? enquanto dá entrevistas? não, quando cria. quando compõe, ou mesmo quando está no palco. o ator só é ator quando atua, ou em sua preparação, o pintor quando pinta, etc. e essa obra feita pelo artista (obra que é fundadora dele mesmo) o defende. se tom jobim tivesse escrito apenas uma grande canção, ainda assim seria um dos maiores compositores brasileiros. se beckett tivesse escrito apenas uma grande peça, sua importância não seria menor do que é. resumindo: obra de arte só pode haver a partir da criação, mas uma não é anterior a outra. artaud também trata disso no seu trabalho sobre van gogh que, acho, chama-se “van gogh, o assassinado pela sociedade”. e não é esta a nossa realidade? a arte não está sendo morta por nós?

marcos ramon

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segunda-feira, dezembro 02, 2002

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Local: Brasília, DF, Brazil

Professor de filosofia, pesquisa estética e cibercultura.

reúno fragmentos espalhados em cada vão renunciado

anti-nada eu escrevo o que me vem na telha


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